REALISMO – BRASIL - (1881 – Machado de Assis (Memórias póstumas de Brás Cubas) – 1893 – Simbolismo)
NATURALISMO – BRASIL - (1881 – Aluísio Azevedo (O Mulato) – 1893 – Simbolismo)
• Realismo: do latim (res – fato), ismo (crença, doutrina). Doutrina do fato, valorização da realidade objetiva, material, percebida pelos sentidos.
• Reação aos ideais românticos: idealismo e subjetivismo exagerados. “A tendência agora é manter-se dentro do campo dos fatos” (Gustav Flaubert).
• Contexto histórico: Segunda Revolução Industrial (dá ao homem a sensação de onipotência – automóvel, telefone, avanços na Bioquímica).
• Filosofia: Positivismo – Comte (só existe o que é comprovado pela Ciência – amor não existe). Determinismo – Taine (o Homem é determinado pelo meio, raça e momento). Evolucionismo – Darwim (o mais forte elimina o mais fraco). Marxismo – Marx (luta de classes).
• Características: objetivismo, predomínio das sensações, temas contemporâneos, impassibilidade, cientificismo, personagens esféricas, universalismo.
• Personagens patológicos: protagonistas doentios, criminosos, bêbados, histéricos, maníacos.
• Zoomorfização. Romance de tese, experimental.
PRODUÇÃO LITERÁRIA – PROSA REALISTA
• Machado de Assis: fase romântica (não há idealização dos personagens nem BEM X MAL). Narrativa linear. Helena, A mão e a luva.
• Fase realista: metalinguagem, pessimismo, humor negro, narrativa não linear. Memórias póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Quincas Borba.
• Aluísio Azevedo: O Cortiço (Determinismo do meio, raça e momento).
• Raul Pompéia: O Ateneu (Realismo, Naturalismo, Impressionismo e Expressionismo).
EXERCÍCIOS
1 - UFMG – 2007 - Leia estes trechos:
TRECHO 1
"... no Realismo exterior, o romance e o conto procuravam a ação que espelhasse os conflitos íntimos; no outro tipo de realismo [o interior], o desenrolar dos acontecimentos pouco interessa ao escritor, atraído que está pela análise do drama em si mesmo."
MOISÉS, Massaud. "Machado de Assis: ficção e utopia". São Paulo: Cultrix, 2001. p.27.
TRECHO 2
"Era noite entrada. Rubião vinha por ali abaixo, recordando o pobre diabo que enterrara, quando, na rua de S. Cristóvão, cruzou com outro coupé, que levava duas ordenanças atrás. Era um ministro que ia para o despacho imperial. Rubião pôs a cabeça de fora, recolheu-a e ficou a ouvir os cavalos das ordenanças, tão iguaizinhos, tão distintos, apesar do estrépito dos outros animais. Era tal a tensão do espírito do nosso amigo, que ainda os ouvia, quando já a distância não permitia audiência. Catrapus... catrapus... catrapus..."
MACHADO DE ASSIS, J. M. "Quincas Borba". Rio de Janeiro: Record, 2004. p.159-60.
O texto transcrito no Trecho 2 é um bom exemplo do "realismo interior" de que fala o crítico Massaud Moisés, no Trecho 1.
Com base na leitura feita, REDIJA um texto, JUSTIFICANDO esta afirmativa.
RESPOSTA - O autor está mais preocupado em descrever o drama vivido pelo personagem Rubião do que com a ação que gerou o conflito. Isso pode ser visto claramente na passagem do texto: "Era tal a tensão do espírito do nosso amigo, que ainda os ouvia, quando já a distância não permitia audiência. Catrapus... catrapus... catrapus..."
2 – UFMG – 2007 - Com base na leitura de "Quincas Borba", de Machado de Assis, é CORRETO afirmar que o narrador do romance
a) adere ao ponto de vista do filósofo, pois professa a teoria do Humanitismo.
b) apela à sentimentalidade do leitor no último capítulo, em que narra a morte de Rubião.
c) apresenta os acontecimentos na mesma ordem em que estes se deram no tempo.
d) narra a história em terceira pessoa, não participando das ações como personagem.
RESPOSTA – D
3 - PUC – MG – 2006 - TRECHO I
"Capitu deu-lhe as costas, voltando-se para o espelhinho. Ele segurou-lhe os cabelos e passou a alisá-los com o pente, desde a testa até as últimas pontas, que lhe desciam pela cintura. Em pé não dava jeito: ela era um pouquinho mais alta do que ele, mas ainda que fosse da mesma altura. Pediu-lhe que sentasse.
Ela se sentou. "Vamos ver o grande cabeleireiro" - disse, rindo. Bento continuou a alisar os cabelos, com muito cuidado, e os dividiu em duas porções iguais, para compor duas tranças. Não as fez logo, nem depressa, mas devagar, saboreando pelo tato aqueles fios grossos, que eram parte dela. O trabalho era atrapalhado, às vezes por falta de jeito, às vezes de propósito, para desfazer o já feito e refazê-lo. Os dedos roçavam na nuca da menina ou nas espáduas vestidas de chita, e a sensação era para ele um deleite. Mas o penteado ia acabando, por mais que ele o quisesse interminável.
Enfim, acabou as duas tranças. Onde estava a fita para atar as pontas? Em cima da mesa, um triste pedaço de fita enxovalhada. Juntou as pontas das tranças, prendeu-as por um laço, retocou a obra alargando aqui, achatando ali, até que exclamou:
- Pronto!"
SABINO, Fernando. "Amor de Capitu". São Paulo: Ed. Ática, 2003. p. 54
TRECHO II
"Capitu deu-me as costas, voltando-se para o espelhinho. Peguei-lhe dos cabelos, colhi-os todos e entrei a alisá-los com o pente, desde a testa até as últimas pontas, que lhe desciam à cintura. Em pé não dava jeito: não esquecestes que ela era um nadinha mais alta que eu, mas ainda que fosse da mesma altura. Pedi-lhe que sentasse.
- Senta aqui, é melhor.
Sentou-se. "Vamos ver o grande cabeleireiro", disse-me rindo. Continuei a alisar os cabelos, com muito cuidado, e dividi-os em duas porções iguais, para compor duas tranças. Não as fiz logo, assim depressa, como podem supor os cabeleireiros de ofício, mas devagar, devagarinho, saboreando pelo tato aqueles fios grossos, que eram parte dela. O trabalho era atrapalhado, às vezes por desuso, outras de propósito para desfazer o feito e refazê-lo. Os dedos roçavam na nuca da pequena ou nas espáduas vestidas de chita, e a sensação era um deleite. Mas, enfim, os cabelos iam acabando, por mais que eu os quisesse intermináveis. Não pedi ao céu que eles fossem tão longos como os da Aurora, porque não conhecia ainda esta divindade que os velhos poetas me apresentaram depois; mas desejei penteá-los por todos os séculos dos séculos, tecer duas tranças que pudessem envolver o infinito por um número inominável de vezes. Se isto vos parecer enfático, desgraçado leitor, é que nunca penteastes uma pequena, nunca pusestes as mãos adolescentes na jovem cabeça de uma ninfa... Uma ninfa! Todo eu estou mitológico. Ainda há pouco, falando dos seus olhos de ressaca, cheguei a escrever 'Tétis': risquei 'Tétis', risquemos 'ninfa'; digamos somente uma criatura amada, palavra que envolve todas as potências cristãs e pagãs. Enfim, acabei as duas tranças. Onde estava a fita para atar-lhe as pontas? Em cima da mesa, um triste pedaço de fita enxovalhada. Juntei as pontas das tranças, uni-as por um laço, retoquei a obra, alargando aqui, achatando ali, até que exclamei:
- Pronto!"
MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. "D. Casmurro". São Paulo. Ed. Ática, 1998. p. 56-57.
Comparando-se os dois trechos, vê-se que, em vários detalhes, a obra "Amor de Capitu" altera o texto original de "Dom Casmurro". A afirmativa INADEQUADA em relação a esse aspecto é:
a) O uso do verbo "segurar" no lugar de "pegar", acrescido do verbo "colhi", bem como o uso do verbo "entrei" no lugar de "passou" diminuem a sensualidade presente no texto machadiano.
b) O advérbio "pouquinho", em Sabino, não dá a mesma intensidade que "nadinha", em Machado, no que se refere ao incômodo que sente o narrador ante o fato de a moça ser mais alta do que ele.
c) A ausência da palavra "devagarinho", no texto de Sabino, denuncia excesso machadiano em suas descrições, que acabam dando à obra caráter monótono, tal como atesta a cena em análise.
d) Ao retirar o trecho em que Bentinho se coloca como um ser mitológico, Fernando Sabino suprime a perspectiva do narrador adulto que vê, com olhos maduros e ainda apaixonados, a cena vivida na adolescência.
RESPOSTA – C
4 – PUC – MG – 2006 - [Capitu] Lia os nossos romances, folheava os nossos livros de gravuras, querendo saber das ruínas, das pessoas, das campanhas, o nome, a história, o lugar. José Dias dava-lhe essas notícias com certo orgulho de erudito. A erudição deste não avultava muito mais que a sua homeopatia de Cantagalo.
No trecho, extraído do romance "Dom Casmurro", temos como característica predominante:
a) o detalhismo na descrição de José Dias.
b) a ironia do narrador em seu comentário à erudição de José Dias.
c) o contraste social entre o narrador e os demais personagens.
d) a perspectiva determinista na apresentação da cena.
RESPOSTA – B
terça-feira, 13 de maio de 2014
ROMANTISMO
ROMANTISMO – BRASIL - (1836 – G. de Magalhães (Suspiros poéticos e saudades) – 1881 – Realismo/Naturalismo)
• Romantismo: romanço – língua falada na Idade Média. Resgate dos valores medievais (vassalagem amorosa, heroísmo).
• Contexto histórico: a burguesia toma o poder e impõe os valores que serão projetados nos textos românticos: Deus cristão, família, casamento, virgindade feminina, devoção (à mulher, à pátria), direito de propriedade.
• Características: subjetivismo (eu), emoção, escapismo, sonho, imaginação, nacionalismo, religiosidade, ilogismo, metáfora, idealização da mulher.
PRODUÇÃO LITERÁRIA – POESIA - FASES
• Primeira: Indianista ou Nacionalista. Gonçalves Dias. Poesia: Indianista (I-Juca-Pirama), saudosista (Canção do exílio), lírico-amorosa (Ainda uma vez – Adeus!).
• Segunda: byroniana, mal do século, spleen. A morte como solução para os sofrimentos da vida.
• Álvares de Azevedo: Lira dos vinte anos (Se eu morresse amanhã), Noite na Taverna (contos macabros).
• Casimiro de Abreu: Primaveras. Idealização da infância (Meus oito anos).
• Fagundes Varela: poema Cântico do Calvário.
• Junqueira Freire: Inspirações do claustro.
• Terceira: Condoreira – Social – Hugoana.
• Castro Alves: temas principais (escravidão, república, amor erótico).
PRODUÇÃO LITERÁRIA – POESIA – FASES
• Primeira: Indianista ou Nacionalista. Gonçalves Dias. Poesia: Indianista (I-Juca-Pirama), saudosista (Canção do exílio), lírico-amorosa (Ainda uma vez – Adeus!).
• Segunda: byroniana, mal do século, spleen. A morte como solução para os sofrimentos da vida.
• Álvares de Azevedo: Lira dos vinte anos (Se eu morresse amanhã), Noite na Taverna (contos macabros).
• Casimiro de Abreu: Primaveras. Idealização da infância (Meus oito anos).
• Fagundes Varela: poema Cântico do Calvário.
• Junqueira Freire: Inspirações do claustro.
• Terceira: Condoreira – Social – Hugoana.
• Castro Alves: temas principais (escravidão, república, amor erótico)
EXERCÍCIOS
1 - UFU – 2001
Texto 1:"JOGOS FLORAIS”
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá.
Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho,
vira direto vinagre."
(Antonio Carlos de Brito. "26 poetas hoje")
Texto 2:
"CANÇÃO DO EXÍLIO
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
(...)"
(Gonçalves Dias)
Os dois textos acima, de diferentes épocas, apontam para duas visões de Brasil: a visão dos "poetas marginais" e a visão romântica. Fale sobre elas, exemplificando com versos ou expressões presentes nos textos.
RESPOSTA - a) Há uma visão pessimista do Brasil no fragmento de Antonio Carlos de Brito: "a água não vira vinho, / vira direto vinagre". O país não ostenta tanta vitalidade, tanta riqueza.
Para Gonçalves Dias, a terra brasileira é cantada com ufanismo, idolatria. Uma visão idealizada do Brasil: "Minha terra tem palmeira / não gorjeiam como lá".
2 - UFLA – 2000 - Leia atentamente o texto:
"No Brasil, ultra-românticos foram os poetas-estudantes, quase todos falecidos na segunda adolescência, membros de rodas boêmias, dilacerados entre um erotismo lânguido e o sarcasmo obsceno. Os que dobraram a casa dos vinte e cinco acumularam os fracassos profissionais e os rasgos de instabilidade, confirmando a índole desajustada desses 'poetas da dúvida', a que faltam por completo a afirmatividade dos românticos indianistas e a combatividade dos condoreiros..."
(José Guilherme Merquior)
I. O autor faz referência ao "mal-do-século".
II. Os ultra-românticos formam a segunda geração da poesia romântica no Brasil.
III. Os poetas indianistas representam a primeira geração romântica, e a terceira é representada pelos condoreiros.
Marque:
a) se todas as informações estiverem corretas.
b) se apenas as informações I e II forem corretas.
c) se apenas a informação III for correta.
d) se apenas a informação II for correta.
e) se apenas a informação I for correta.
RESPOSTA – A
PRODUÇÃO LITERÁRIA – PROSA ROMÂNTICA
• Joaquim M. de Macedo : A Moreninha (relato sentimental da ligação entre dois jovens, Augusto e Carolina, presos a uma promessa amorosa infantil e que na juventude se apaixonam, um pelo outro, sem saber que são eles próprios os noivos prometidos).
• Romance adaptado ao gosto do leitor com personagens superficiais e técnicas de telenovela (peripécia).
• José de Alencar: romances urbanos (Senhora, Lucíola), indianistas (Iracema, O Guarani, Ubirajara), históricos e regionalistas.
• Senhora - Aurélia é abandonada pelo noivo, Seixas, que a troca pelo dote de 30 contos de Adelaide. Contudo, Aurélia recebe vultosa herança e compra o antigo noivo por 100 contos, casando-se com ele. Aurélia vinga-se tratando-o como um ser desprezível. O rapaz ganha dinheiro no jogo para se resgatar. Ambos se perdoam no final. O romance é romântico porque o amor é o instrumento de transformação de ambos.
• Iracema - narra a paixão entre Iracema, sacerdotisa da tribo Tabajara e o português Martim. Iracema, a guardadora do segredo de Jurema e que deveria permanecer virgem, entrega-se a Martim e desta relação nasce Moacir, "o filho do sofrimento". Antes do nascimento da criança, Martim Soares parte. Ao regressar, encontra a índia às portas da morte. Mesmo assim, Iracema ainda lhe entrega a criança e só depois morre. Martim leva então consigo o filho Moacir, designado pelo escritor como o "primeiro cearense".
• Manuel A. de Almeida: Memórias de um Sargento de Milícias. Romance picaresco. Presença do anti-herói, malandro. Ausência de idealização. Leonardo, Luisinha, Vidinha, Padrinho, Madrinha. Major Vidigal. Rio de Janeiro – 1808 – “Era no tempo do Rei.” Antecipação de aspectos do Realismo (objetividade na visão do mundo social).
EXERCÍCIOS
1 - UFMG – 2007 - "O vestido de Aurélia encheu a carruagem e submergiu o marido; o que lhe aparecia do semblante e do busto ficava inteiramente ofuscado [...]. Ninguém o via..."
ALENCAR, José de. "Senhora". São Paulo: DCL, 2005. p. 96. (Grandes Nomes da Literatura)
Considerando-se o personagem referido - Fernando, o marido de Aurélia -, é CORRETO afirmar que a passagem transcrita contém a imagem
a) da anulação de sua individualidade, transformado que fora, como marido, em objeto ou mercadoria.
b) da sua tomada de consciência da futilidade da sociedade, que preza, sobretudo a beleza física e a riqueza.
c) do ciúme exacerbado, ainda que secreto, que sente da esposa, por duvidar de que ela realmente o ame.
d) do orgulho que sente da beleza deslumbrante da esposa, ressaltada nessa ocasião por seus trajes luxuosos.
RESPOSTA – A
2 - UFMG – 2007 - Leia esta passagem:
"Quem observasse Aurélia naquele momento, não deixaria de notar a nova fisionomia que tomara o seu belo semblante e que influía em toda a sua pessoa.
Era uma expressão fria, pausada, inflexível, que jaspeava sua beleza, dando-lhe quase a gelidez da estátua. Mas no lampejo de seus grandes olhos pardos brilhavam irradiações da inteligência. Operava-se nela uma revolução. O princípio vital da mulher abandonava seu foco natural, o coração, para concentrar-se no cérebro, onde residem as faculdades especulativas do homem."
ALENCAR, José de. "Senhora". São Paulo: DCL, 2005. p.14.
(Grandes Nomes da Literatura)
A partir da leitura dessa passagem e com base no enredo do romance, REDIJA um texto, EXPLICANDO como convivem, em Aurélia, o "princípio vital da mulher" e as "faculdades especulativas do homem".
RESPOSTA - Aurélia, por ser mulher, é movida pela emoção (princípio vital da mulher), mas luta para que a razão (faculdade especulativa do homem) tome conta do seu ser.
3 - UFMG – 2007 - No romance "Senhora", ocorrem choques entre "duas almas, que uma fatalidade prendera, para arrojá-las uma contra outra..." (ALENCAR, "Senhora", p.131.)
Assinale a alternativa em que o par de idéias conflitantes NÃO se entrelaça, na narrativa, aos choques entre Aurélia e Seixas.
a) Amor idealizado × casamento por interesse
b) Condição modesta de vida × ostentação de riqueza
c) Contemplação religiosa × divertimento mundano
d) Qualidades morais elevadas × comportamentos aviltantes
RESPOSTA – C
4 - UFU – 2001 - Por sua temática e sua linguagem, "Iracema", de José de Alencar, pode ser inserida no quadro de obras representativas do Romantismo brasileiro. Explique por quê.
RESPOSTA - José de Alencar imprimiu à obra "Iracema" uma linguagem brasileira, misturando o português com o tupi-guarani.
É um romance baseado numa lenda do período de formação do Ceará, o nativo brasileiro - no caso, a índia - relaciona-se com o homem branco.
Iracema é também anagrama da palavra AMÉRICA. Daí a índia ser a personificação do Novo Mundo americano; Martim, o guerreiro branco, é a personificação do conquistador.
• Romantismo: romanço – língua falada na Idade Média. Resgate dos valores medievais (vassalagem amorosa, heroísmo).
• Contexto histórico: a burguesia toma o poder e impõe os valores que serão projetados nos textos românticos: Deus cristão, família, casamento, virgindade feminina, devoção (à mulher, à pátria), direito de propriedade.
• Características: subjetivismo (eu), emoção, escapismo, sonho, imaginação, nacionalismo, religiosidade, ilogismo, metáfora, idealização da mulher.
PRODUÇÃO LITERÁRIA – POESIA - FASES
• Primeira: Indianista ou Nacionalista. Gonçalves Dias. Poesia: Indianista (I-Juca-Pirama), saudosista (Canção do exílio), lírico-amorosa (Ainda uma vez – Adeus!).
• Segunda: byroniana, mal do século, spleen. A morte como solução para os sofrimentos da vida.
• Álvares de Azevedo: Lira dos vinte anos (Se eu morresse amanhã), Noite na Taverna (contos macabros).
• Casimiro de Abreu: Primaveras. Idealização da infância (Meus oito anos).
• Fagundes Varela: poema Cântico do Calvário.
• Junqueira Freire: Inspirações do claustro.
• Terceira: Condoreira – Social – Hugoana.
• Castro Alves: temas principais (escravidão, república, amor erótico).
PRODUÇÃO LITERÁRIA – POESIA – FASES
• Primeira: Indianista ou Nacionalista. Gonçalves Dias. Poesia: Indianista (I-Juca-Pirama), saudosista (Canção do exílio), lírico-amorosa (Ainda uma vez – Adeus!).
• Segunda: byroniana, mal do século, spleen. A morte como solução para os sofrimentos da vida.
• Álvares de Azevedo: Lira dos vinte anos (Se eu morresse amanhã), Noite na Taverna (contos macabros).
• Casimiro de Abreu: Primaveras. Idealização da infância (Meus oito anos).
• Fagundes Varela: poema Cântico do Calvário.
• Junqueira Freire: Inspirações do claustro.
• Terceira: Condoreira – Social – Hugoana.
• Castro Alves: temas principais (escravidão, república, amor erótico)
EXERCÍCIOS
1 - UFU – 2001
Texto 1:"JOGOS FLORAIS”
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá.
Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho,
vira direto vinagre."
(Antonio Carlos de Brito. "26 poetas hoje")
Texto 2:
"CANÇÃO DO EXÍLIO
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
(...)"
(Gonçalves Dias)
Os dois textos acima, de diferentes épocas, apontam para duas visões de Brasil: a visão dos "poetas marginais" e a visão romântica. Fale sobre elas, exemplificando com versos ou expressões presentes nos textos.
RESPOSTA - a) Há uma visão pessimista do Brasil no fragmento de Antonio Carlos de Brito: "a água não vira vinho, / vira direto vinagre". O país não ostenta tanta vitalidade, tanta riqueza.
Para Gonçalves Dias, a terra brasileira é cantada com ufanismo, idolatria. Uma visão idealizada do Brasil: "Minha terra tem palmeira / não gorjeiam como lá".
2 - UFLA – 2000 - Leia atentamente o texto:
"No Brasil, ultra-românticos foram os poetas-estudantes, quase todos falecidos na segunda adolescência, membros de rodas boêmias, dilacerados entre um erotismo lânguido e o sarcasmo obsceno. Os que dobraram a casa dos vinte e cinco acumularam os fracassos profissionais e os rasgos de instabilidade, confirmando a índole desajustada desses 'poetas da dúvida', a que faltam por completo a afirmatividade dos românticos indianistas e a combatividade dos condoreiros..."
(José Guilherme Merquior)
I. O autor faz referência ao "mal-do-século".
II. Os ultra-românticos formam a segunda geração da poesia romântica no Brasil.
III. Os poetas indianistas representam a primeira geração romântica, e a terceira é representada pelos condoreiros.
Marque:
a) se todas as informações estiverem corretas.
b) se apenas as informações I e II forem corretas.
c) se apenas a informação III for correta.
d) se apenas a informação II for correta.
e) se apenas a informação I for correta.
RESPOSTA – A
PRODUÇÃO LITERÁRIA – PROSA ROMÂNTICA
• Joaquim M. de Macedo : A Moreninha (relato sentimental da ligação entre dois jovens, Augusto e Carolina, presos a uma promessa amorosa infantil e que na juventude se apaixonam, um pelo outro, sem saber que são eles próprios os noivos prometidos).
• Romance adaptado ao gosto do leitor com personagens superficiais e técnicas de telenovela (peripécia).
• José de Alencar: romances urbanos (Senhora, Lucíola), indianistas (Iracema, O Guarani, Ubirajara), históricos e regionalistas.
• Senhora - Aurélia é abandonada pelo noivo, Seixas, que a troca pelo dote de 30 contos de Adelaide. Contudo, Aurélia recebe vultosa herança e compra o antigo noivo por 100 contos, casando-se com ele. Aurélia vinga-se tratando-o como um ser desprezível. O rapaz ganha dinheiro no jogo para se resgatar. Ambos se perdoam no final. O romance é romântico porque o amor é o instrumento de transformação de ambos.
• Iracema - narra a paixão entre Iracema, sacerdotisa da tribo Tabajara e o português Martim. Iracema, a guardadora do segredo de Jurema e que deveria permanecer virgem, entrega-se a Martim e desta relação nasce Moacir, "o filho do sofrimento". Antes do nascimento da criança, Martim Soares parte. Ao regressar, encontra a índia às portas da morte. Mesmo assim, Iracema ainda lhe entrega a criança e só depois morre. Martim leva então consigo o filho Moacir, designado pelo escritor como o "primeiro cearense".
• Manuel A. de Almeida: Memórias de um Sargento de Milícias. Romance picaresco. Presença do anti-herói, malandro. Ausência de idealização. Leonardo, Luisinha, Vidinha, Padrinho, Madrinha. Major Vidigal. Rio de Janeiro – 1808 – “Era no tempo do Rei.” Antecipação de aspectos do Realismo (objetividade na visão do mundo social).
EXERCÍCIOS
1 - UFMG – 2007 - "O vestido de Aurélia encheu a carruagem e submergiu o marido; o que lhe aparecia do semblante e do busto ficava inteiramente ofuscado [...]. Ninguém o via..."
ALENCAR, José de. "Senhora". São Paulo: DCL, 2005. p. 96. (Grandes Nomes da Literatura)
Considerando-se o personagem referido - Fernando, o marido de Aurélia -, é CORRETO afirmar que a passagem transcrita contém a imagem
a) da anulação de sua individualidade, transformado que fora, como marido, em objeto ou mercadoria.
b) da sua tomada de consciência da futilidade da sociedade, que preza, sobretudo a beleza física e a riqueza.
c) do ciúme exacerbado, ainda que secreto, que sente da esposa, por duvidar de que ela realmente o ame.
d) do orgulho que sente da beleza deslumbrante da esposa, ressaltada nessa ocasião por seus trajes luxuosos.
RESPOSTA – A
2 - UFMG – 2007 - Leia esta passagem:
"Quem observasse Aurélia naquele momento, não deixaria de notar a nova fisionomia que tomara o seu belo semblante e que influía em toda a sua pessoa.
Era uma expressão fria, pausada, inflexível, que jaspeava sua beleza, dando-lhe quase a gelidez da estátua. Mas no lampejo de seus grandes olhos pardos brilhavam irradiações da inteligência. Operava-se nela uma revolução. O princípio vital da mulher abandonava seu foco natural, o coração, para concentrar-se no cérebro, onde residem as faculdades especulativas do homem."
ALENCAR, José de. "Senhora". São Paulo: DCL, 2005. p.14.
(Grandes Nomes da Literatura)
A partir da leitura dessa passagem e com base no enredo do romance, REDIJA um texto, EXPLICANDO como convivem, em Aurélia, o "princípio vital da mulher" e as "faculdades especulativas do homem".
RESPOSTA - Aurélia, por ser mulher, é movida pela emoção (princípio vital da mulher), mas luta para que a razão (faculdade especulativa do homem) tome conta do seu ser.
3 - UFMG – 2007 - No romance "Senhora", ocorrem choques entre "duas almas, que uma fatalidade prendera, para arrojá-las uma contra outra..." (ALENCAR, "Senhora", p.131.)
Assinale a alternativa em que o par de idéias conflitantes NÃO se entrelaça, na narrativa, aos choques entre Aurélia e Seixas.
a) Amor idealizado × casamento por interesse
b) Condição modesta de vida × ostentação de riqueza
c) Contemplação religiosa × divertimento mundano
d) Qualidades morais elevadas × comportamentos aviltantes
RESPOSTA – C
4 - UFU – 2001 - Por sua temática e sua linguagem, "Iracema", de José de Alencar, pode ser inserida no quadro de obras representativas do Romantismo brasileiro. Explique por quê.
RESPOSTA - José de Alencar imprimiu à obra "Iracema" uma linguagem brasileira, misturando o português com o tupi-guarani.
É um romance baseado numa lenda do período de formação do Ceará, o nativo brasileiro - no caso, a índia - relaciona-se com o homem branco.
Iracema é também anagrama da palavra AMÉRICA. Daí a índia ser a personificação do Novo Mundo americano; Martim, o guerreiro branco, é a personificação do conquistador.
segunda-feira, 24 de março de 2014
ARCADISMO
ARCADISMO / NEOCLASSICISMO – BRASIL - (1768 – Obras poéticas de Cláudio M. da Costa – 1836 - Romantismo)
• Arcádia: região grega (Peloponeso) habitada por pastores, protegida pelos deuses com ambientação bucólica (campestre, tranqüila).
• Período da Primeira Revolução Industrial – urbanização. Filosoficamente, aparecimento do Iluminismo (A razão substitui a fé).
• Características: fugere urbem (fugir da cidade), locus amoenus (local ameno), carpe diem (curtir a vida), aurea mediocritas (a mediocridade - vida média, equilibrada - vale ouro), inutilia truncat (cortar o inútil – os exageros barrocos).
• Convencionalismo (lugares comuns: pastores, ovelhas, montes, ninfas), fingimento poético (os poetas fingiam ser pastores e, suas amadas, pastoras).
PRODUÇÃO LITERÁRIA
• Cláudio M. da Costa: fingia ser o pastor Glauceste Satúrnio vivendo com sua amada Nise. Imita Camões e descreve a paisagem mineira: pedras, rochedos, penhas. Vila rica: poema épico exaltando os Bandeirantes.
• Tomás A. Gonzaga: pastor Dirceu (amada Marília). A obra Liras de Marília de Dirceu divide-se em duas partes: na primeira, encontramos a felicidade proporcionada pelo amor. Na Segunda, num tom mais negativo, provocado pelos sofrimentos advindos da prisão, encontramos reflexões sobre a justiça humana e a lembrança da amada.
• Obra satírica: Cartas Chilenas: contam a história de Fanfarrão Minésio, um governador arbitrário, imoral e narcisista. O emissor das cartas era Critilo e o destinatário era Doroteu. Critilo era o próprio Tomás Antônio Gonzaga e, Doroteu, Cláudio Manuel da Costa. Na realidade o Chile era Minas Gerais e Santiago era Vila Rica; Tomás Antônio Gonzaga criticava o governador da época. (Luís da Cunha Meneses).
• Basílio da Gama: O Uraguai: narra as lutas dos índios de Sete Povos das Missões, no Uruguai, contra o exército luso-espanhol. Não fica preso ao modelo camoniano. Episódio lírico da índia Lindóia.
• Santa Rita Durão: Caramuru: conta as histórias do herói Diogo A. Correia e seu casamento com a índia Paraguassu. Episódio lírico da índia Moema. Segue o modelo camoniano.
EXERCÍCIOS
1 - UFLA – 2000 - Leia com atenção os juízos estéticos transcritos abaixo e marque:
Juízo I. "Intérprete dos anseios do homem seiscentista solicitado por ideais em conflito. O fusionismo é a sua tendência dominante - tentativa de conciliar, incorporando contrários."
Juízo II. "Procurando libertar a língua de termos espúrios, restituindo-lhe uma sobriedade castiça e o rigor de sentido, é a revitalização do pastoralismo e bucolismo."
a) se o primeiro se referir ao BARROCO e o segundo, ao ARCADISMO.
b) se o primeiro se referir ao ARCADISMO e o segundo, ao BARROCO.
c) se ambos se referirem ao BARROCO.
d) se ambos se referirem ao ARCADISMO.
e) se ambos se referirem à LITERATURA DOS JESUÍTAS no Brasil.
RESPOSTA – A
2 - UFU – 2006 - Leia as afirmativas seguintes e marque a correta.
a) "Assim procedo. Minha pena/ Segue esta norma,/ Por te servir, Deusa serena,/ Serena Forma!" (Olavo Bilac). Estes versos falam dos sofrimentos do poeta que, mesmo penando, serve à sua formosa mulher amada, procedimento típico daquele amor exacerbado que caracteriza o Romantismo.
b) "Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!/ Não levo da existência uma saudade!/ E tanta vida que meu peito enchia/ Morreu na minha triste mocidade!" (Álvares de Azevedo). Estes versos mostram desencanto, ao falarem das esperanças que morrem cedo e da existência como um fardo, caracterizando a geração dos poetas realistas.
c) "Quando levares, Marília,/ Teu ledo rebanho ao prado,/ Tu dirás: Aqui trazia/ Dirceu também o seu gado." (Tomás A. Gonzaga). São características do Arcadismo, período literário a que pertencem estes versos, o poeta e a amada transformados em pastores, a linguagem clara e objetiva.
d) "tchi tchi/ trã trã trã/ tarã Tarã Tarã / tchi tchi tchi tchi tchi/ Tarã Tarã Tarã Tarã Tarã" (Ferreira Gullar). Estes versos, que imitam os sons de uma locomotiva, fazem de seu autor um dos representantes do Simbolismo, período literário caracterizado pela musicalidade da linguagem.
RESPOSTA – C
3 - UFV – 2002 - Os árcades, no Brasil, assimilaram as idéias neoclássicas européias, muitas vezes, reinterpretando, cada um ao seu estilo, a realidade sociopolítica e cultural do país, como se observa no seguinte fragmento das "Cartas Chilenas":
Pretende, Doroteu, o nosso chefe
erguer uma cadeia majestosa,
que possa escurecer a velha fama
da torre de Babel e mais dos grandes,
custosos edifícios que fizeram,
para sepulcros seus, os reis do Egito.
Talvez, prezado amigo, que imagine
que neste monumento se conserve,
eterna a sua glória, bem que os povos,
ingratos, não consagrem ricos bustos
nem montadas estátuas ao seu nome.
Desiste, louco chefe, dessa empresa:
um soberbo edifício levantado
sobre ossos de inocentes, construído
com lágrimas dos pobres, nunca serve
de glória ao seu autor,
mas sim de opróbrio (vergonha).
(GONZAGA, Tomás Antônio. "Cartas chilenas". In: COSTA, Cláudio M. da; GONZAGA, Tomás A.; PEIXOTO, Alvarenga. "A poesia dos inconfidentes". Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 814.)
Todas as alternativas abaixo apresentam características desse estilo literário, presente nos versos acima citados, EXCETO:
a) Valorização do ideal da vida simples e tranqüila.
b) Tendência ao discurso em forma de diálogo do eu poético com um interlocutor.
c) Utilização de linguagem elegante, rebuscada e artificial.
d) Intenções didáticas, expressas no tom de denúncia e sátira.
e) Caracterização do poeta como um pintor de situações e não de emoções.
RESPOSTA – C
• Arcádia: região grega (Peloponeso) habitada por pastores, protegida pelos deuses com ambientação bucólica (campestre, tranqüila).
• Período da Primeira Revolução Industrial – urbanização. Filosoficamente, aparecimento do Iluminismo (A razão substitui a fé).
• Características: fugere urbem (fugir da cidade), locus amoenus (local ameno), carpe diem (curtir a vida), aurea mediocritas (a mediocridade - vida média, equilibrada - vale ouro), inutilia truncat (cortar o inútil – os exageros barrocos).
• Convencionalismo (lugares comuns: pastores, ovelhas, montes, ninfas), fingimento poético (os poetas fingiam ser pastores e, suas amadas, pastoras).
PRODUÇÃO LITERÁRIA
• Cláudio M. da Costa: fingia ser o pastor Glauceste Satúrnio vivendo com sua amada Nise. Imita Camões e descreve a paisagem mineira: pedras, rochedos, penhas. Vila rica: poema épico exaltando os Bandeirantes.
• Tomás A. Gonzaga: pastor Dirceu (amada Marília). A obra Liras de Marília de Dirceu divide-se em duas partes: na primeira, encontramos a felicidade proporcionada pelo amor. Na Segunda, num tom mais negativo, provocado pelos sofrimentos advindos da prisão, encontramos reflexões sobre a justiça humana e a lembrança da amada.
• Obra satírica: Cartas Chilenas: contam a história de Fanfarrão Minésio, um governador arbitrário, imoral e narcisista. O emissor das cartas era Critilo e o destinatário era Doroteu. Critilo era o próprio Tomás Antônio Gonzaga e, Doroteu, Cláudio Manuel da Costa. Na realidade o Chile era Minas Gerais e Santiago era Vila Rica; Tomás Antônio Gonzaga criticava o governador da época. (Luís da Cunha Meneses).
• Basílio da Gama: O Uraguai: narra as lutas dos índios de Sete Povos das Missões, no Uruguai, contra o exército luso-espanhol. Não fica preso ao modelo camoniano. Episódio lírico da índia Lindóia.
• Santa Rita Durão: Caramuru: conta as histórias do herói Diogo A. Correia e seu casamento com a índia Paraguassu. Episódio lírico da índia Moema. Segue o modelo camoniano.
EXERCÍCIOS
1 - UFLA – 2000 - Leia com atenção os juízos estéticos transcritos abaixo e marque:
Juízo I. "Intérprete dos anseios do homem seiscentista solicitado por ideais em conflito. O fusionismo é a sua tendência dominante - tentativa de conciliar, incorporando contrários."
Juízo II. "Procurando libertar a língua de termos espúrios, restituindo-lhe uma sobriedade castiça e o rigor de sentido, é a revitalização do pastoralismo e bucolismo."
a) se o primeiro se referir ao BARROCO e o segundo, ao ARCADISMO.
b) se o primeiro se referir ao ARCADISMO e o segundo, ao BARROCO.
c) se ambos se referirem ao BARROCO.
d) se ambos se referirem ao ARCADISMO.
e) se ambos se referirem à LITERATURA DOS JESUÍTAS no Brasil.
RESPOSTA – A
2 - UFU – 2006 - Leia as afirmativas seguintes e marque a correta.
a) "Assim procedo. Minha pena/ Segue esta norma,/ Por te servir, Deusa serena,/ Serena Forma!" (Olavo Bilac). Estes versos falam dos sofrimentos do poeta que, mesmo penando, serve à sua formosa mulher amada, procedimento típico daquele amor exacerbado que caracteriza o Romantismo.
b) "Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!/ Não levo da existência uma saudade!/ E tanta vida que meu peito enchia/ Morreu na minha triste mocidade!" (Álvares de Azevedo). Estes versos mostram desencanto, ao falarem das esperanças que morrem cedo e da existência como um fardo, caracterizando a geração dos poetas realistas.
c) "Quando levares, Marília,/ Teu ledo rebanho ao prado,/ Tu dirás: Aqui trazia/ Dirceu também o seu gado." (Tomás A. Gonzaga). São características do Arcadismo, período literário a que pertencem estes versos, o poeta e a amada transformados em pastores, a linguagem clara e objetiva.
d) "tchi tchi/ trã trã trã/ tarã Tarã Tarã / tchi tchi tchi tchi tchi/ Tarã Tarã Tarã Tarã Tarã" (Ferreira Gullar). Estes versos, que imitam os sons de uma locomotiva, fazem de seu autor um dos representantes do Simbolismo, período literário caracterizado pela musicalidade da linguagem.
RESPOSTA – C
3 - UFV – 2002 - Os árcades, no Brasil, assimilaram as idéias neoclássicas européias, muitas vezes, reinterpretando, cada um ao seu estilo, a realidade sociopolítica e cultural do país, como se observa no seguinte fragmento das "Cartas Chilenas":
Pretende, Doroteu, o nosso chefe
erguer uma cadeia majestosa,
que possa escurecer a velha fama
da torre de Babel e mais dos grandes,
custosos edifícios que fizeram,
para sepulcros seus, os reis do Egito.
Talvez, prezado amigo, que imagine
que neste monumento se conserve,
eterna a sua glória, bem que os povos,
ingratos, não consagrem ricos bustos
nem montadas estátuas ao seu nome.
Desiste, louco chefe, dessa empresa:
um soberbo edifício levantado
sobre ossos de inocentes, construído
com lágrimas dos pobres, nunca serve
de glória ao seu autor,
mas sim de opróbrio (vergonha).
(GONZAGA, Tomás Antônio. "Cartas chilenas". In: COSTA, Cláudio M. da; GONZAGA, Tomás A.; PEIXOTO, Alvarenga. "A poesia dos inconfidentes". Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 814.)
Todas as alternativas abaixo apresentam características desse estilo literário, presente nos versos acima citados, EXCETO:
a) Valorização do ideal da vida simples e tranqüila.
b) Tendência ao discurso em forma de diálogo do eu poético com um interlocutor.
c) Utilização de linguagem elegante, rebuscada e artificial.
d) Intenções didáticas, expressas no tom de denúncia e sátira.
e) Caracterização do poeta como um pintor de situações e não de emoções.
RESPOSTA – C
quarta-feira, 5 de março de 2014
BARROCO
BARROCO – BRASIL - (1601 – Prosopopéia, de Bento Teixeira – 1768 - Arcadismo)
• Barroco: pedra irregular – sugere o homem em conflito – século XVII – Seiscentismo.
• Reforma Protestante, liderada por Lutero (na Alemanha) e Calvino (na França) e o Movimento Católico de Contra-Reforma marcam o contexto histórico do período.
• Principais características: dualismo (antítese), fugacidade, pessimismo, feísmo, religiosidade, tensão (teocentrismo X antropocentrismo).
• Cultismo – Gongorismo (jogo de palavras e de imagens – exagero de figuras); conceptismo – Quevedismo (jogo de idéias).
PRODUÇÃO LITERÁRIA
• Padre Vieira: sermões. Divisão: proposição (tema), intróito (expõe o plano), invocação (Maria), argumentação (desenvolve o tema), peroração (convite à conversão).
• Gregório de Matos: poesia. Encomiástica (louvação), sacra (falso arrependimento), reflexivo-filosófica (fugacidade), satírica (boca do inferno), lírico-amorosa (sensual ou platônica).
EXERCÍCIOS
1 - UFLA – 2000 - "Nasce o sol, e não dura mais que um dia,
Depois da luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas, a alegria."
Na estrofe acima, de um soneto de Gregório de Matos, a principal característica do Barroco é:
a) a forte presença de antíteses.
b) o culto do amor cortês.
c) o uso de aliterações.
d) o culto da natureza.
e) a utilização de rimas alternadas.
RESPOSTA – A
2 - UFV – 2001 - Leia atentamente o fragmento do sermão do Padre Antônio Vieira:
A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande [...]. Os homens, com suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes que se comem uns aos outros. Tão alheia cousa é não só da razão, mas da mesma natureza, que, sendo criados no mesmo elemento, todos cidadãos da mesma pátria, e todos finalmente irmãos, vivais de vos comer. VIEIRA, Antônio. "Obras completas do padre Antônio Vieira: sermões". Prefaciados e revistos pelo Pe. Gonçalo Alves. Porto: Lello e Irmão - Editores, 1993. v. III, p. 264-265.
O texto de Vieira contém algumas características do Barroco. Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela em que NÃO se confirmam essas tendências estéticas:
a) A utilização da alegoria, da comparação, como recursos oratórios, visando à persuasão do ouvinte.
b) A tentativa de convencer o homem do século XVII, imbuído de práticas e sentimentos comuns ao semipaganismo renascentista, a retomar o caminho do espiritualismo medieval, privilegiando os valores cristãos.
c) A presença do discurso dramático, recorrendo ao princípio horaciano de "ensinar deleitando" - tendência didática e moralizante, comum à Contra-Reforma.
d) O tratamento do tema principal - a denúncia à cobiça humana - através do conceptismo, ou jogo de idéias.
e) O culto do contraste, sugerindo a oposição bem x mal, em linguagem simples, concisa, direta e expressiva da intenção barroca de resgatar os valores greco-latinos.
RESPOSTA – E
3 - PUC – MG – 1997 - Relacione este trecho ao seu respectivo estilo, de acordo com as informações contidas nas alternativas a seguir:
"Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te,
Te lembra hoje Deus por sua igreja;
De pó te fez espelho, em que se veja
A vil matéria, de que quis formar-te."
a) BARROCO: O homem barroco é angustiado, vive entre religiosidade e paganismo, espírito e matéria, perdão e pecado. As obras refletem tal dualismo, permeado pela instabilidade das coisas.
b) ARCADISMO: Em oposição ao Barroco, esse estilo procura atingir o ideal de simplicidade. Os árcades buscam na natureza o ideal de uma vida simples, bucólica, pastoril.
c) ROMANTISMO: A arte romântica valoriza o folclórico, o nacional, que se manifesta pela exaltação da natureza pátria, pelo retorno ao passado histórico e pela criação do herói nacional.
d) PARNASIANISMO: A poesia é descritiva, com exatidão e economia de imagens e metáforas.
e) MODERNISMO: Original e polêmico, o nacionalismo nele se manifesta pela busca de uma língua brasileira e informal, pelas paródias e pela valorização do índio verdadeiramente brasileiro.
RESPOSTA – A
• Barroco: pedra irregular – sugere o homem em conflito – século XVII – Seiscentismo.
• Reforma Protestante, liderada por Lutero (na Alemanha) e Calvino (na França) e o Movimento Católico de Contra-Reforma marcam o contexto histórico do período.
• Principais características: dualismo (antítese), fugacidade, pessimismo, feísmo, religiosidade, tensão (teocentrismo X antropocentrismo).
• Cultismo – Gongorismo (jogo de palavras e de imagens – exagero de figuras); conceptismo – Quevedismo (jogo de idéias).
PRODUÇÃO LITERÁRIA
• Padre Vieira: sermões. Divisão: proposição (tema), intróito (expõe o plano), invocação (Maria), argumentação (desenvolve o tema), peroração (convite à conversão).
• Gregório de Matos: poesia. Encomiástica (louvação), sacra (falso arrependimento), reflexivo-filosófica (fugacidade), satírica (boca do inferno), lírico-amorosa (sensual ou platônica).
EXERCÍCIOS
1 - UFLA – 2000 - "Nasce o sol, e não dura mais que um dia,
Depois da luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas, a alegria."
Na estrofe acima, de um soneto de Gregório de Matos, a principal característica do Barroco é:
a) a forte presença de antíteses.
b) o culto do amor cortês.
c) o uso de aliterações.
d) o culto da natureza.
e) a utilização de rimas alternadas.
RESPOSTA – A
2 - UFV – 2001 - Leia atentamente o fragmento do sermão do Padre Antônio Vieira:
A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande [...]. Os homens, com suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes que se comem uns aos outros. Tão alheia cousa é não só da razão, mas da mesma natureza, que, sendo criados no mesmo elemento, todos cidadãos da mesma pátria, e todos finalmente irmãos, vivais de vos comer. VIEIRA, Antônio. "Obras completas do padre Antônio Vieira: sermões". Prefaciados e revistos pelo Pe. Gonçalo Alves. Porto: Lello e Irmão - Editores, 1993. v. III, p. 264-265.
O texto de Vieira contém algumas características do Barroco. Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela em que NÃO se confirmam essas tendências estéticas:
a) A utilização da alegoria, da comparação, como recursos oratórios, visando à persuasão do ouvinte.
b) A tentativa de convencer o homem do século XVII, imbuído de práticas e sentimentos comuns ao semipaganismo renascentista, a retomar o caminho do espiritualismo medieval, privilegiando os valores cristãos.
c) A presença do discurso dramático, recorrendo ao princípio horaciano de "ensinar deleitando" - tendência didática e moralizante, comum à Contra-Reforma.
d) O tratamento do tema principal - a denúncia à cobiça humana - através do conceptismo, ou jogo de idéias.
e) O culto do contraste, sugerindo a oposição bem x mal, em linguagem simples, concisa, direta e expressiva da intenção barroca de resgatar os valores greco-latinos.
RESPOSTA – E
3 - PUC – MG – 1997 - Relacione este trecho ao seu respectivo estilo, de acordo com as informações contidas nas alternativas a seguir:
"Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te,
Te lembra hoje Deus por sua igreja;
De pó te fez espelho, em que se veja
A vil matéria, de que quis formar-te."
a) BARROCO: O homem barroco é angustiado, vive entre religiosidade e paganismo, espírito e matéria, perdão e pecado. As obras refletem tal dualismo, permeado pela instabilidade das coisas.
b) ARCADISMO: Em oposição ao Barroco, esse estilo procura atingir o ideal de simplicidade. Os árcades buscam na natureza o ideal de uma vida simples, bucólica, pastoril.
c) ROMANTISMO: A arte romântica valoriza o folclórico, o nacional, que se manifesta pela exaltação da natureza pátria, pelo retorno ao passado histórico e pela criação do herói nacional.
d) PARNASIANISMO: A poesia é descritiva, com exatidão e economia de imagens e metáforas.
e) MODERNISMO: Original e polêmico, o nacionalismo nele se manifesta pela busca de uma língua brasileira e informal, pelas paródias e pela valorização do índio verdadeiramente brasileiro.
RESPOSTA – A
domingo, 16 de fevereiro de 2014
Aula 3 - Classicismo
CLASSICISMO – RENASCIMENTO
(1527 – Sá de Miranda – 1580 - Barroco)
• O Classicismo, terceiro grande movimento literário da língua portuguesa, marca o início a chamada Era Clássica da Literatura.
• A Era Clássica é formada por três movimentos ou escolas literárias: Classicismo (século XVI), Barroco (século XVII) e Arcadismo (século XVIII).
CARACTERÍSTICAS
• Racionalismo: a razão governando as emoções.
• Retomada da Mitologia Pagã: autores greco-latinos imitados como modelos de perfeição.
• Equilíbrio, harmonia e universalismo.
• Uso da medida nova (versos decassílabos e formas fixas como o soneto).
CAMÕES
PRODUÇÃO LITERÁRIA
• A poesia lírica camoniana compreende duas vertentes. Ora são textos de influência medieval (escritos em redondilhos, com motes glosados), ora são sonetos clássicos escritos em decassílabos.
• A poesia épica: epopéia Os Lusíadas (1572). A epopéia é a narrativa de cunho histórico que registra poeticamente os grandes feitos, as aventuras de um herói ou de um povo; é um longo poema narrativo.
• O herói individual é Vasco da Gama metonímia do herói coletivo, o povo português.
• Todo poema épico apresenta uma estrutura rígida, herdada da Antigüidade Clássica. As partes de uma epopéia são as seguintes:
1ª - Proposição = parte em que se apresenta o assunto (vai cantar as armas, barões os reis e a fé).
2ª - Invocação = parte em que o poeta pede auxílio aos deuses ou às musas (Tágides) para escrever o próprio poema.
3ª - Dedicatória ou oferecimento = parte em que o poeta oferece a sua obra a uma figura ilustre (D. Sebastião, rei de Portugal).
4ª - Narração = parte em que ocorre a história propriamente dita (Viagem de Vasco da Gama às Índias).
5ª - Epílogo = é o final da história e crítica à ambição dos portugueses.
• Episódios líricos mais cobrados nos últimos vestibulares:
• O Velho do Restelo: representa o mundo medieval e o próprio Camões.
• Gigante Adamastor: alegoria do Cabo das Tormentas.
• Concílio dos deuses: Vênus enfrenta Baco pelos portugueses.
• Inês de Castro: história daquela que depois de morta foi rainha.
• Ilha dos Amores: recompensa aos portugueses pela viagem.
EXERCÍCIOS
3 - UFJF – 2003 - Com os versos "Cantando espalharei por toda a parte, / Se a tanto me ajudar o engenho e a arte.", Camões explica que o propósito de "Os Lusíadas" é divulgar os feitos portugueses. Sobre esse poema épico, só é INCORRETO afirmar que:
a) se trata da maior obra literária do quinhentismo português.
b) Camões sofre a clara influência dos clássicos greco-latinos.
c) há forte presença do romantismo, devido ao nacionalismo.
d) como epopéia moderna, há momentos de crítica à nação e ao povo.
e) louva não apenas o homem português, mas o homem renascentista.
RESPOSTA – C
4 - UFJF – 2002 –
CANTIGA
Vi chorar uns claros olhos
Quando deles me partia.
Oh! que mágoa! Oh! que alegria
VOLTAS
(...)
O bem que Amor me não deu,
No tempo que o desejei,
Quando dele me apartei,
Me confessou que era meu.
Agora que farei eu,
Se a fortuna me desvia
De lograr esta alegria?
(Camões - "Lírica")
Mudando andei costume, terra e estado,
Por ver se se mudava a sorte dura;
A vida pus nas mãos de um leve lenho.
Mas, segundo o que o Céu me tem mostrado,
Já sei que deste meu buscar ventura
Achado tenho já que não a tenho.
(Camões - "Lírica")
A partir da leitura dos dois fragmentos, assinale a afirmativa INACEITÁVEL:
a) Há diversidade formal e temática na lírica de Camões, devido à sua relação tanto com a tradição popular quanto com a cultura clássica.
b) Nos dois textos encontramos a ação do destino se opondo à felicidade do poeta.
c) A expressão "fortuna", do primeiro fragmento, é equivalente, no plano semântico, à expressão "ventura", do segundo.
d) A forma do primeiro fragmento expressa a relação entre a lírica de Camões e a tradição poética medieval peninsular.
e) O terceiro verso do segundo fragmento é uma metáfora clara da instabilidade da vida do poeta.
RESPOSTA – C
5 – UFJF – 2002 - Em relação aos textos anteriores, SÓ SE PODE AFIRMAR que:
a) o amor realizado é o tema do primeiro poema, e a harmonia entre o poeta e o mundo é o tema do segundo.
b) as expressões "oh que alegria" e "achado tenho já" mostram que, finalmente, o poeta encontra a harmonia.
c) as expressões "me partia" e "me apartei", no primeiro fragmento, são equivalentes, no plano semântico.
d) a forma do segundo fragmento expressa a relação entre a lírica de Camões e o trovadorismo medieval.
e) o verso "me confessou que era meu" indica que o poeta encontrou a felicidade.
RESPOSTA – C
(1527 – Sá de Miranda – 1580 - Barroco)
• O Classicismo, terceiro grande movimento literário da língua portuguesa, marca o início a chamada Era Clássica da Literatura.
• A Era Clássica é formada por três movimentos ou escolas literárias: Classicismo (século XVI), Barroco (século XVII) e Arcadismo (século XVIII).
CARACTERÍSTICAS
• Racionalismo: a razão governando as emoções.
• Retomada da Mitologia Pagã: autores greco-latinos imitados como modelos de perfeição.
• Equilíbrio, harmonia e universalismo.
• Uso da medida nova (versos decassílabos e formas fixas como o soneto).
CAMÕES
PRODUÇÃO LITERÁRIA
• A poesia lírica camoniana compreende duas vertentes. Ora são textos de influência medieval (escritos em redondilhos, com motes glosados), ora são sonetos clássicos escritos em decassílabos.
• A poesia épica: epopéia Os Lusíadas (1572). A epopéia é a narrativa de cunho histórico que registra poeticamente os grandes feitos, as aventuras de um herói ou de um povo; é um longo poema narrativo.
• O herói individual é Vasco da Gama metonímia do herói coletivo, o povo português.
• Todo poema épico apresenta uma estrutura rígida, herdada da Antigüidade Clássica. As partes de uma epopéia são as seguintes:
1ª - Proposição = parte em que se apresenta o assunto (vai cantar as armas, barões os reis e a fé).
2ª - Invocação = parte em que o poeta pede auxílio aos deuses ou às musas (Tágides) para escrever o próprio poema.
3ª - Dedicatória ou oferecimento = parte em que o poeta oferece a sua obra a uma figura ilustre (D. Sebastião, rei de Portugal).
4ª - Narração = parte em que ocorre a história propriamente dita (Viagem de Vasco da Gama às Índias).
5ª - Epílogo = é o final da história e crítica à ambição dos portugueses.
• Episódios líricos mais cobrados nos últimos vestibulares:
• O Velho do Restelo: representa o mundo medieval e o próprio Camões.
• Gigante Adamastor: alegoria do Cabo das Tormentas.
• Concílio dos deuses: Vênus enfrenta Baco pelos portugueses.
• Inês de Castro: história daquela que depois de morta foi rainha.
• Ilha dos Amores: recompensa aos portugueses pela viagem.
EXERCÍCIOS
3 - UFJF – 2003 - Com os versos "Cantando espalharei por toda a parte, / Se a tanto me ajudar o engenho e a arte.", Camões explica que o propósito de "Os Lusíadas" é divulgar os feitos portugueses. Sobre esse poema épico, só é INCORRETO afirmar que:
a) se trata da maior obra literária do quinhentismo português.
b) Camões sofre a clara influência dos clássicos greco-latinos.
c) há forte presença do romantismo, devido ao nacionalismo.
d) como epopéia moderna, há momentos de crítica à nação e ao povo.
e) louva não apenas o homem português, mas o homem renascentista.
RESPOSTA – C
4 - UFJF – 2002 –
CANTIGA
Vi chorar uns claros olhos
Quando deles me partia.
Oh! que mágoa! Oh! que alegria
VOLTAS
(...)
O bem que Amor me não deu,
No tempo que o desejei,
Quando dele me apartei,
Me confessou que era meu.
Agora que farei eu,
Se a fortuna me desvia
De lograr esta alegria?
(Camões - "Lírica")
Mudando andei costume, terra e estado,
Por ver se se mudava a sorte dura;
A vida pus nas mãos de um leve lenho.
Mas, segundo o que o Céu me tem mostrado,
Já sei que deste meu buscar ventura
Achado tenho já que não a tenho.
(Camões - "Lírica")
A partir da leitura dos dois fragmentos, assinale a afirmativa INACEITÁVEL:
a) Há diversidade formal e temática na lírica de Camões, devido à sua relação tanto com a tradição popular quanto com a cultura clássica.
b) Nos dois textos encontramos a ação do destino se opondo à felicidade do poeta.
c) A expressão "fortuna", do primeiro fragmento, é equivalente, no plano semântico, à expressão "ventura", do segundo.
d) A forma do primeiro fragmento expressa a relação entre a lírica de Camões e a tradição poética medieval peninsular.
e) O terceiro verso do segundo fragmento é uma metáfora clara da instabilidade da vida do poeta.
RESPOSTA – C
5 – UFJF – 2002 - Em relação aos textos anteriores, SÓ SE PODE AFIRMAR que:
a) o amor realizado é o tema do primeiro poema, e a harmonia entre o poeta e o mundo é o tema do segundo.
b) as expressões "oh que alegria" e "achado tenho já" mostram que, finalmente, o poeta encontra a harmonia.
c) as expressões "me partia" e "me apartei", no primeiro fragmento, são equivalentes, no plano semântico.
d) a forma do segundo fragmento expressa a relação entre a lírica de Camões e o trovadorismo medieval.
e) o verso "me confessou que era meu" indica que o poeta encontrou a felicidade.
RESPOSTA – C
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Aula 2 - Humanismo
HUMANISMO
(1434 – Fernão Lopes – 1527
- Classicismo)
- O Humanismo, segunda Escola Literária Medieval, também conhecida como Pré-Renascimento ou Quatrocentismo, corresponde ao período de transição da Idade Média para a Idade Clássica.
- Há uma retomada da cultura antiga, através do estudo e imitação dos poetas e filósofos greco-latinos.
- Percebemos, também, o bifrontismo, coexistência de características medievais (feudalismo, teocentrismo) e renascentistas (mercantilismo, antropocentrismo, pragmatismo burguês).
PRODUÇÃO LITERÁRIA
- Poesia Palaciana: poesia produzida no ambiente dos palácios, feita por nobres (como Garcia de Resende e destinada à corte).
- Separação entre música e texto
- Valorização das figuras sonoras ( aliteração - assonância - eco )
- Temas : modismos, festas, tipos de vestidos, o aspecto físico das mulheres ( chapéus, o andar )
- Prosa de Fernão Lopes: é a principal figura da prosa humanista, considerado o fundador da historiografia portuguesa.
- Heródoto português (usa documentos e testemunhas )
- Não regiocêntrico - povo agente
- Usa elementos literários ( figuras )
OBRAS
- Crônica d’el Rei D. Pedro 1
- Crônica d’el Rei D. Fernando
- Crônica d’el Rei D. João
- Teatro de Gil Vicente: Farsas (tipos) e Autos (alegóricos).
- Criador do teatro português - Texto para representação
- Não obedece às leis do teatro clássico: ( tempo - espaço – ação )
Bifrontismo cultural ( religiosidade e
mitologia )
EXERCÍCIOS
2 – UNICAMP – 2007 - E chegando à
barca da glória, diz ao Anjo:
BRÍSIDA. Barqueiro, mano, meus
olhos,
prancha a Brísida Vaz!
ANJO. Eu não sei quem te cá
traz...
BRÍSIDA. Peço-vo-lo de giolhos!
Cuidais que trago piolhos,
anjo de Deus, minha rosa?
Eu sou Brísida, a preciosa,
que dava as môças aos molhos.
A que criava as meninas
para os cônegos da Sé...
Passai-me, por vossa fé,
meu amor, minhas boninas,
olhos de perlinhas finas!
(...)
Gil
Vicente, "Auto da barca do inferno". (Texto fixado por S. Spina)
a) No excerto, a maneira de
tratar o Anjo, empregada por Brísida Vaz, relaciona-se à atividade que ela
exercera em vida? Explique resumidamente.
b) No excerto, o tratamento que
Brísida Vaz dispensa ao Anjo é adequado à obtenção do que ela deseja - isto é,
levar o Anjo a permitir que ela embarque? Por quê?
RESPOSTAS
a) Brísida Vaz, quando era viva
foi alcoviteira, agenciava mulheres para a prostituição. Então, sua linguagem
mostra sua atividade, pois ela utiliza termos que procuram seduzir o Anjo, como
"anjo de Deus", "minha rosa", "meu amor",
"minhas boninas", "olhos de perlinhas finas".
b) O tratamento que Brísida Vaz
dá ao Anjo é inadequado, pois deixa claro o apego ao universo pecaminoso da
sedução e prostituição.
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
LITERATURA PORTUGUESA
INTRODUÇÃO
- A história da literatura portuguesa, tal qual conhecemos hoje, tem início em meados do século XII, quando Portugal se constitui como um estado independente.
TROVADORISMO (1189 – Cantiga da
Ribeirinha – 1434 - Humanismo)
- Neste período as composições eram elaboradas para serem cantadas ao som de instrumentos como a lira, a cítara, harpa ou viola, daí serem chamadas de cantigas.
- O primeiro texto literário português que se tem registro é a “Cantiga da Guarvaia” ou “Cantiga da Ribeirinha” (1189 ou 1198), cantiga de amor de autoria de Paio Soares de Taveirós.
- Métrica (medida – metro) – Medida velha: versos de 5 sílabas (redondilha menor) ou 7 sílabas (redondilha maior).
- A palavra trovadorismo tem origem em ‘troubar’ – provençal. Significa encontrar. O trovador encontrava a maneira correta de unir música e letra.
Exemplo:
En/quan/to /Deus/ me/ der/ vi/da
Vi/ve/rei /tris/te e /coi/ta/da
Por/que /se/ foi/ meu/ a/mi/go
E/ di/sso/ fui/ a/ cul/pa/da
Man/da/d’ei/ co/mi/go
Ca/ vem /men/ a/mi/go:
E i/rei/ ma/dr’, a/ Vi/go
CANTIGA DE AMOR
- Origem provençal.
- Eu – lírico masculino.
- Objeto desejado: a ‘Senhor’.
- Homem presta vassalagem amorosa.
- Sofrer por amor: coita.
- Mulher idealizada, superior.
- Ambiente palaciano.
CANTIGA DE AMIGO
- Origem galego-portuguesa.
- Eu – lírico feminino.
- Objeto desejado: o amigo.
- Mulher sofre pelo namorado ausente.
- Mulher real, concreta.
- Ambiente rural.
- Refrão e paralelismo
CANTIGA DE ESCÁRNIO
- Crítica indireta.
- Ambigüidade irônica.
- Critica costumes, pessoas e acontecimentos.
- Não declara nomes.
CANTIGA DE MALDIZER
- Crítica direta. Há o nome da pessoa satirizada.
- Predomínio de palavras chulas (baixo nível).
- Critica costumes, pessoas e acontecimentos.
Exemplos de cantigas
1 – Amor
En gran coita, senhor
que peior que mort’é,
vivo, per bôa fé,
e polo vosso amor
esta coita sofr’eu
por vós, senhor, que eu
vi pelo meu gran mal
2 - Amigo
Ondas do mar de Vigo,
Se vistes meu amigo?
E ai Deus, se verrá cedo!
Ondas do mar levado,
Se vistes meu amado?
E ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro?
E ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amado,
Por que ei gran coidado?
E ai Deus, se verrá cedo!
3 - Escárnio
Don Foão
Que eu sei que á preço de livão
Vedes que fez en guerra
Daquesto soo certão:
Sol que viu os genetes,
Come boi que fer tavão,
Sacudiu-se e
resolveu-se,al
çourab’e foi sa via a
Portugal
4 - Maldizer
Quem a sa filha quiser dar
Mester, com que sábia guarir
A Maria Doming’á-d ir,
Que a saberá bem mostrar;
E direi-vos que lhi fará:
Ante dun mês lh’ amostrará
Como sábia mui bem ambrar
EXERCÍCIOS
1 – UNIFESP – 2002
TEXTO I:
Ao longo do sereno
Tejo, suave e brando,
Num vale de altas árvores
sombrio,
Estava o triste Almeno
Suspiros espalhando
Ao vento, e doces lágrimas ao rio.
(Luís
de Camões, "Ao longo do sereno".)
TEXTO II:
Bailemos nós ia todas tres, ay
irmanas,
so aqueste ramo destas auelanas
e quen for louçana, como nós,
louçanas,
se amigo amar,
so aqueste ramo destas auelanas
uerrá baylar.
(Aires
Nunes. In Nunes, J. J., "Crestomatia arcaica".)
TEXTO III:
Tão cedo passa tudo quanto passa!
morre tão jovem ante os deuses
quanto
Morre! Tudo é tão pouco!
Nada se sabe, tudo se imagina.
Circunda-te de rosas, ama, bebe
E cala. O mais é nada.
(Fernando
Pessoa, "Obra poética".)
TEXTO IV:
Os privilégios que os Reis
Não podem dar, pode Amor,
Que faz qualquer amador
Livre das humanas leis.
mortes e guerras cruéis,
Ferro, frio, fogo e neve,
Tudo sofre quem o serve.
(Luís
de Camões, "Obra completa".)
TEXTO V:
As minhas grandes saudades
São do que nunca enlacei.
Ai, como eu tenho saudades
Dos sonhos que não sonhei!...)
(Mário
de Sá Carneiro, "Poesias".)
A alternativa que indica texto
que faz parte da poesia medieval da fase trovadoresca é
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.
RESPOSTA – B
Assinar:
Postagens (Atom)